Sem querer, o Surfista Prateado deu origem a uma franquia de heróis no Japão? Pra ajudar a entender essa história, chamamos o Danilo Modolo, lá do canal TokuDoc, que vai entrar junto com a gente nessa Curiosidade Pop Nipônica Aleatória!

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No ano de 1978, a produtora japonesa Toei Company lançou uma parceria inusitada com a Marvel: uma série do Homem-Aranha feita no Japão, mudando vários conceitos para tornar o personagem famoso entre a criançada local. Até robô gigante ele tinha!

E deu certo, a série foi um sucesso no país e estabeleceu conceitos que seriam seguidos por outras séries de herói do Japão, especialmente os Super Sentai. Logo, a equipe de roteiristas começou a imaginar outras adaptações, dentro das opções do arsenal da editora americana.

Homem-Aranha japonês levantando o braço esquerdo, que contém uma pulseira.

Imagem: Reprodução/Toei Company

Pelo menos três heróis da Marvel foram considerados nos planos do time da Toei: o Homem 3-D, o Cavaleiro da Lua e o Surfista Prateado. Nenhum deles foi pra frente, mas vamos nos concentrar nesse último.

Na história descartada pela Toei, o surfista é filho de um alienígena com uma terráquea, que um dia foi sequestrado de seu planeta pelo exército do Imperador Galactus. Ele é então transformado em um super soldado e ganha o poder de manipular a energia cósmica. Um de seus golpes, por acaso, é disparar essa energia pelos dedos.

Um dia, o Surfista Prateado consegue escapar de Galactus e vai com sua prancha em direção à Terra, e encontra com a Ms. Marvel e o Coisa, que na história seriam cidadãos normais do Japão que eventualmente ganham poderes e fazem parte de um escritório contra vilões.

Roteiro descartado pela Toei. | Imagem: Reprodução

Ms Marvel é uma universitária que trabalha numa cafeteria e o Coisa é um caminhoneiro. Juntos, esse time improvável lutaria contra a invasão de Galactus, que logo viria ao Japão.

Apesar de nunca ter sido produzida, essa ideia descartada guarda algumas semelhanças com outra série que teria sido idealizada já na mesma época: o Policial do Espaço Gavan, de 1982, que passou aqui na Globo como Space Cop.

Assim como o Surfista japonês que não existiu, Gavan é um herói prateado. Ele também é um alienígena, filho de mãe humana com o pai de outro planeta. Um de seus golpes é justamente disparar energia pelos dedos. E um de seus veículos é um “sidecar”, que ele usa praticamente como uma prancha. Olha a posição dele, logo na abertura de todos os episódios:

Imagem: Reprodução/Toei Company

Ainda que nunca confirmado oficialmente (senão os direitos autorais cantariam), dá pra ver que aí tem coisa, né?

Gavan estreou no Japão em 1982 e foi um grande sucesso na TV. Ganhou então mais duas sequências, com Sharivan (1983) e depois Shaider (1984). O formato de um herói metálico acabou se tornando padrão por um tempo, seguido por várias séries que ficaram conhecidas no Brasil: Jaspion, Spielvan, Metalder, Jiraiya, Jiban, Winspector, Solbrain e mais algumas até o fim dos anos 1990.

Esses seriados foram agrupados depois numa linha de heróis conhecida como Metal Hero. Então talvez Jaspion não existisse se não fosse o empurrão do Surfista Prateado? Ou até do Homem-Aranha? Talvez, afinal, toda obra tem alguma ligação com alguma outra influência.

 

Para mais…

A série Curiosidade Pop Nipônica Aleatória traz assuntos de diversas frentes de mídia, seja animê, mangá, game, música ou tokusatsu, em vídeos curtos nos Shorts do canal do YouTube do JBox, além do Instagram e TikTok. E a cada 10 deles, trazemos também um formato compilado no YouTube.

Até a próxima aleatoriedade!

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Fontes consultadas: Wayback Machine



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