
Fundador do Science SARU, estúdio que deixou a presidência em 2020, Masaaki Yuasa está de volta à produção de um longa animado, informou dias atrás a Variety. O diretor abriu um novo estúdio, chamado ame pippin, onde comandará uma adaptação de Hinagiku no Jinsei (em tradução livre, A Vida da Margarida), livro da renomada escritora Banana Yoshimoto.
Publicado originalmente no Japão em 2000, o livro conta a história de Hinagiku (Margarida), uma garotinha que ficou órfã aos 6 anos, tendo que se adaptar a uma nova vida ao lado de sua tia em um restaurante de yakisoba. As perspectivas de Hinagiku mudam durante uma noite de insônia, onde da janela do seu quarto ela conhece uma menina misteriosa, nascendo uma relação que transcende o tempo e o espaço.
À Variety, Yuasa comentou sua impressão da história:
“Mesmo entre as obras da Sra. Yoshimoto, este é um romance que evoca imagens visuais o tempo todo. Embora existam partes intensamente assustadoras, o final é muito feliz, como algo que eu já sonhei no passado. Quero retratar a vida da protagonista, que trabalha em um restaurante de yakisoba em uma área com um raio de 100 metros, em uma escala cósmica.”
Capa de Hinagiku no Jinsei. | Imagem: Reprodução/Gentosha
A obra original de Banana Yoshimoto trazia ilustrações assinadas por Yoshitomo Nara, outro nome de grande calibre nas artes do Japão, que também vai contribuir com o visual dos personagens do filme. Já o roteiro será a estreia em animação de Sachiko Tanaka, conhecida por Asako I & II.
Para além do time japonês, que também tem apoio do Asmik Ace, Inc., produtora de Tekkonkinkreet, Mind Game e vários outros animês, o filme ainda terá um reforço francês, com a Miyu Productions — que trabalhou recentemente num longa animado chamado A New Dawn, escrito por Yoshitoshi Shinomiya, aguardando lançamento nos cinemas comerciais.
Hinagiku no Jinsei estreia em 2026 e estaremos aguardando.
Sobre Masaaki Yuasa
Masaaki Yuasa. | Foto: Reprodução
Um dos nomes mais celebrados da animação japonesa dos últimos anos, conhecido por seu estilo único de experimentação, com traços ágeis sem muito refinamento, mas que entregam bastante criatividade visual. Após um longo laboratório inventivo como parte da equipe da série animada Shin-Chan (1992), chamou a atenção mundial com a direção do filme Mind Game (2004), adaptação do mangá de Robin Nishi para o Studio 4º C.
Em 2013, funda o Science SARU, estúdio por onde dirigiu pérolas como as séries Ping Pong, Devilman Crybaby e Keep Your Hands Off Eizouken, além dos filmes Lu Over the Wall, Ride Your Wave e o indicado ao Globo de Ouro Inu-Oh.
Sobre Banana Yoshimoto
Banana Yoshimoto. | Foto: Reprodução
Uma das autoras mais conhecidas da literatura japonesa contemporânea. Seu estilo sensível e afetivo conquistou leitores dentro e fora do Japão, tornando suas obras marcantes por abordarem temas como luto, afeto, relações familiares não tradicionais e identidade. Seu romance de estreia, Kitchen (1988), foi um enorme sucesso, traduzido para mais de vinte idiomas e considerado inovador por sua forma delicada e respeitosa de tratar personagens femininas — incluindo uma das primeiras representações positivas de uma mulher trans na literatura japonesa.
Sua escrita transcende barreiras culturais ao tratar de temas universais, sendo particularmente significativa para mulheres que se veem refletidas em suas personagens fortes, complexas e reais. Alguns de seus livros publicados no Brasil pela Estação Liberdade incluem Doce Manhã (2011) e Tsugumi (1989).
Leia um pouco mais sobre a autora em nosso artigo “A cozinha de Banana: a comida como construção de afeto” (março de 2023; por Andreza Silva)
Fonte: Variety
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